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terça-feira, 23 de julho de 2013

Resenha: Iliada

A Illiada é uma das maiores obras dos poetas gregos antigos. Escrita por Homero datada de aproximadamente 700 a.c. A historia narra uma das maiores guerras travadas pelos gregos a guerra de Troia, aonde mortais e imortais se juntam em campo de batalha com varias das divindades a favor dos troianos e outras a favor dos gregos.

Farei aqui um breve resumo (pois esse conteúdo é por demasiado longo) sobre a escrita de Homero e os principais pontos da narrativa. Destaquei aqui os pontos que considero mais importantes, o julgamento de Paris que nomeia Afrodite como a mais bela dentre as imortais. O ato de Agamenon de tomar Briseida de Aquiles fato que desencadeia o abandono da guerra por parte do herói, retroando a batalha só muito tempo depois apenas com a morte de Patroclo.


I - REALIDADE OU FICÇÃO?

Um dos principais pontos sobre esta narrativa e se a guerra entre gregos e troianos realmente aconteceu ou se é apenas uma obra saída inteiramente da imaginação do poeta Homero. A verdade é que a guerra não aconteceu por volta do ano 700 a.c data ao qual o poeta viveu e sim muito distante disso em 1100 a.c uma suposição aceita é que os cantos sobre esse episodio epico tenham se passado oralmente atraves de poetas e ate chegar aos ouvidos de Homero.
Talvez houvesse sim existido uma guerra de troia, e Homero tenha mistificado e episódio inserindo grandes heróis e a presença dos deuses olimpianos. Ficção ou realidade no fundo isso não tem importância a Illiada é uma obra fundamental para a mitologia grega que traz ao leitor a sociedade e os costumes antigos da época alem de um belo quadro divino, é ai que esta sua importancia e valor e não em sua veracidade.

II - A ESCRITA HOMERICA

Para quem leu a Illiada ou ate mesmo a Odisseia é fácil notar os traços e características da escrita Homerica. Homero deusifica os homens, todos os guerreiros são belos de porte majestoso e de grande honra, as naus são todas velozes e bem construidas e os palacios ricos e abundantes. Ironicamente os deuses são humanizados se tornando ciumentos, vingativos, mesquinhos e ate mesmo infantis.
Outro fator interessante de se ressaltar são as batalhas que se desenrolam de forma um tanto tediosa pela repetição constante de arremessos de lanças que muitas vezes nem sequer atingem o alvo. As batalhas porem são intensas e ocupam grande parte da obra. Outro traço marcante na escrita de Homero é a analogia que compara os heróis muitas vezes a animais de porte como o javali ou o leão ou a outros animais.

III - O POMO DA DISCÓRDIA

O inicio da guerra de troia se da por um motivo divino e não terrestre. Embora sejam os mortais os protagonistas da guerra tudo teve seu inicio por causa dos deuses, ou melhor das deusas, especificamente Atena, Hera e Afrodite.
Tentando decidir quem era a mais bela entre as imortais essas trás deusas resolveram fazer um julgamento "justo" e por isso elegeram como juiz Paris, principie de troia. A eleição porem nada teve de justo, fora na verdade uma barganha em que cada deusa fazia sua melhor chantagem a Paris. O príncipe ficou com a oferta de Afrodite que lhe prometera o amor de Helena, a mais bela dentre todas as mortais como era conhecida. Sendo assim ficou decidido que a Afrodite era a mais bela das deusas e esta prometeu proteger o príncipe, porem isso despertou a raiva e a inveja de Atena e Hera que descarregariam sua ira sobre o mortal. Tal fato não acontece durante a Illiada, sendo apenas citado brevemente.

IV - O RAPTO DE HELENA

Sabendo que teria o coração de Helena, Paris foi ate Esparta e foi recebido por Menelau com um grande banquete como era devido a um hospede honroso. No banquete Helena ao ver o lindo Paris se apaixonou por ele graças ao encanto lançado pela deusa Afrodite e juntos eles fugiram de Esparta. Paris levou a jovem ate sua terra, Troia e por causa disso a grande guerra começou. Paris não sabia, mas ao levar Helena havia assinalado a destruição de todo seu reino.

V - A GUERRA

A guerra começa a ser narrada não de seu inicio, mas no inicio do seu décimo ano. Agamenon , irão de Menelau, junto com muitos outros reis haviam trazido seus navios para saquear e destruir Troia e como ele havia levado mais navios que os demais foi eleito naturalmente o líder da campanha militar.
Logo no primeiro canto nos é mostrado o herói Aquiles em discórdia com Agamenon, o motivo da briga era (novamente) por causa de uma mulher. Acontece que ambos haviam recebido como espolio de guerra duas lindas mulheres Criseida e Briseida, a primeira pertencia a Agamenon e a segunda a Aquiles. O pai de Criseida, um sacerdote do deus Apolo, visita o acampamento dos gregos e implora que devolvam-lhe a filha mediante um valioso resgate de muito ouro. Agamenon enfurecido manda o homem embora, expulsando-o do acampamento. O sarcedote reza a Apolo que lhe ajude e o deus mirando ao longe com suas setas mata um a um os soldados gregos.
Com as baixas diárias de soldados Agamenon aceita devolver a moça (que o faz agora sem receber restituição alguma) porem toma Briseida de Aquiles gerando a briga entre os dois. Aquiles enfurecido com a humilhação pois a moça como um espolio de guerra era por direito sua, resolve sair da guerra voltando ao combate apenas se os troianos chegassem a atacar os Mirmidoes, seu grupo de soldados, que se encontravam nos navios.
Apos a moça ser restituída ao seu pai, Apolo cessa os ataques aos gregos. Aquiles porem estava inconformado e chorando pede ajuda a sua mãe a nereida Tethys que faça com que Agamenon e os gregos lhe paguem com o devido respeito por terem o humilhado daquela forma.

VI - O PEDIDO DE TETHYS E O DESENROLAR DA GUERRA

Tethys visita o Olimpo implorando ao grande Zeus que de honra a seu filho. O deus concorda e assim trama para que os gregos caiam para assim terem que precisar da ajuda do grande Aquiles. Longe do olimpo a guerra se desenrola. Do lado dos troianos Priamo rei de troia e seus filhos Heitor e Paris são os principais personagens, como personagens femininas temos Hécuba, eposa de Priamo, e Andromaca esposa de Heitor. Do lado dos gregos temos uma grande variedade de herois, o rei Agamenon, Menelau, o sábio Nestor, os heroi Diomedes e os dois Ajax (a qual são chamados muitas vezes de "Ajantes"), além destes esta o engenhoso Odysseu (Ou Ulisses dependendo da nomenclatura, protagonista de Odisseia) e Aquiles com seu fiel escudeiro Patroclo, ambos se mantém distante da batalha na maior parte da narrativa.
A guerra se desenrola em sucessivas batalhas com a morte de varios guerreiros dos dois lados. Atena e Ares entram no campo de batalha e ate mesmo Afrodite. O casal de amantes, Afrodite e Ares, chega ate mesmo a serem feridos em guerra embora obviamente não pudessem ser mortos.

VII - A MORTE DE PATROCLO

A morte de Patroclo é em minha opinião o evento mais importante de toda a Illiada, é a partir desse evento que Aquiles volta a guerra, movido não por desejo de gloria, mas sim por vingança contra o homem que matou Patroclo, Heitor que é chamado na obra de "domador de cavalos" uma referencia ao povo de Ilion que eram hábeis em domar cavalos.
Como havia prometido Aquiles se mantivera longe da guerra e Patrocolo e os demais mirmidoes também. Porem a situação começou a ficar difícil para os gregos, Heitor comandando as hostes inimigas vencia facilmente a guerra. Aquiles se sentiu angustiado por ver seus amigos em combate tão duro e muitos de seus amigos, os grandes heróis gregos, haviam sido feridos em batalha.
Aquiles manda Patroclo para lutar no seu lugar, pois havia prometido não voltar ao combate sem que os troianos chegassem as naus aonde estava e seria desonroso e vergonhoso consigo mesmo quebrar essa promessa. Patroclo veste a armadura e o elmo de Aquiles e comanda os mirmmidoes em combate. O escudeiro luta com bravura, ate que encontra Heitor, os dois travam um feroz combate, e Patroclo é derrotado pois os deuses ajudam ao troiano. Heitor mata Patroclo e se apossa de sua armadura (que era originalmente de Aquiles) teria se apossado de seu cadáver também, mas os gregos conseguiram restitui-lo a salvo.
Patroclo morre, mas consegue para o avanço inimigo. Aquiles deseja ir ao combate vingar o amigo morto, mas Tethys o adverte e não ir pois estava sem sua armadura, aconselhando ao filho que aparecesse para seus inimigos pois só sua presença era majestosa era o suficiente para assustar os troianos que ainda lutavam e os fazerem recuar.

VIII -A BATALHA ENTRE HEITOR E AQUILES

Aquiles pede a mãe que proteja o cadáver de Patroclo para que este não apodrecesse, pois só iria fazer os ritos funerários depois de vingar o amigo. Tethys com seu poder faz com que nem os cães ou os vermes se alimentem de Patroclo, e então visita o deus Hefesto pedindo-o que forje novas armas ao seu filho. Após estar armado com uma armadura feita pelo proprio deus das forjas Aquiles parte para seu combate final. Aquiles vai ate os muros de troia e desafia Heitor. Uma grande batalha é travada e Aquiles obtém a vitória e após matar Heitor furta o cadáver atando-o a sua biga e com ele desfila ao redor dos muros de troia, um ato tão horrendo que ate os deuses sentem desprezo. Em seguida Aquiles leva o cadaver ate o acampamento dos gregos.

IX - RITOS FUNERARIOS E JOGOS EM HONRA DE PATROCLO

No acampamento grego Aquiles sacrifica doze troianos em honra a Patroclo e realza jogos entre seus companheiros. Patroclo é queimado e assim sua alma pode descer em paz ao Hades. Dentro das muralhas de Troia o rei Priamo chorava por não poder também fazer os ritos funerarios ao seu filho pois Aquiles havia roubado o cadaver de Heitor. A deusa Iris é enviada e guia o velho rei ate a tenda de Aquiles no acampamento dos gregos. O rei pede ao herói que lhe de o corpo do filho, e Aquiles aceita e assim se acaba a narrativa.

IX - CONCLUSÃO

A Illiada tem como tema principal o sofrimento do heroi Aquiles e sua luta para tentar atenuar sua culpa pela morte do companheiro amado Patroclo. O destino de Aquiles havia sido traçado desde cedo, sua mãe Tethys sabia que o filho ou morreria jovem, mas com a gloria e a honra ou morreria velho, tendo uma vida longa mas sem a gloria de um heroi. É claro que Aquiles optou pela primeira opção.
Tethys desde sempre tentou impedir a morte do filho, mesmo sabendo que era impossível se opor as vontade das Moiras (as deusas triplices do destino) a mãe de Aquiles banhou seu filho nas aguas do rio estige logo ao nascer, conferindo invulneabilidade ao seu corpo, porem o segurou pelo calcanhar ao fazer isso e por isso este não foi abençoado pelo poder do estige.
O romance acaba com a devolução do cadáver de Heitor, mas é citado que Aquiles ira encontrar a morte por uma flecha no calcanhar lançada por Paris e guiada pelo deus Apolo. O desfecho da guerra com a artimanha do cavalo de Troia é citado não na Illiada, mas sim na Odisseia, fato que ocorre após a morte de Aquiles.