Um dos maiores heróis gregos, Aquiles é filho de Peleu com a nereida Tethys. Tanto Zeus como seu irmão Poseidon haviam se apaixonado pela linda Tethys, mas, após saberem por meio de uma profecia que se a nereida se unisse a um dos dois geraria um filho mais poderoso que o pai, os deuses pensaram que seria melhor unirem a mulher a um mortal, por medo de serem destronados por um de seus filhos, tal como aconteceu com o pai de ambos, Crhonos, e o pai deste, Urano.
Tethys é uma entidade poderosa das aguas, e muito respeitada por Zeus, como se vera logo adiante. A nereida ao gerar seu filho Aquiles logo soube de seu cruel destino. O herói seguiria um dentre dois caminhos. Ou morreria jovem, mas com gloria e honra sendo lembrado através dos séculos, ou, morreria velho depois de uma longa vida, mas sem a honra. Uma observação deve ser feita nesse ponto, para os gregos a honra, a força guerreira, a coragem, a nobreza. Todas essas qualidades eram vistas como o modelo, o ideal, do homem grego. O termo grego arete traduz exatamente esse modelo ideal. Com o passar dos anos o conceito de arete foi se modificando. Os diferentes poetas propunham diferentes modelos a serem seguidos. Ate mesmo os filósofos definiam como a arete a inteligência e a razão, como as qualidades maiores do homem.
Voltaremos agora a historia e aos dois caminhos que Aquiles iria seguir. Como um herói, era claro que o filho de Tethys escolheria uma vida curta, mas com gloria. Sabendo disso a nereida tentou evitar, a todo custo, esse destino cruel. Tethys banhou seu filho no rio estige, ainda quando bebe, esperando que as aguas do rio infernal abençoassem Aquiles e o tornassem invulnerável. O poder sagrado do rio teve efeito, mas por descuido a mãe segurou o filho pelo calcanhar enquanto o submergia no rio, ficando assim essa parte do corpo intocada pelas aguas e sem receber o poder sagrado do rio.
Tethys tentou fugir do destino, mas os mitos gregos revelam tão bem como isso nunca é possível. O destino, personificado pelas três deusas Moiras, é um poder que esta ate mesmo acima dos deuses, e estes devem se submeter a ele. Já Edipo tentou lutar contra o destino, que era de matar seu pai e desposar a mãe, cegando-se por fim, apesar do herói tentar fugir foi exatamente isso que aconteceu. O destino é uma força a qual ninguém pode escapar. Aquiles teria dois caminhos para escolher, mas é claro que o filho de Tethys optaria pela morte prematura, mas honrosa, assim como a mãe preverá, e nada, nem a bênção do estige, poderia mudar esse destino.
Agora que já foi explicado sobre o nascimento de Aquiles vamos falar de sua maior façanha, a participação na geurra de Troia, aonde o herói perderia a vida. A aventura épica de Aquiles é contada na Illiada, obra-prima de Homero, maior poeta grego. Aquiles comandava os mirmidoes, e, havia ido ate Illion junto com vários outros comandantes e reis, todos eles liderados por Agamenon, que por ter trazido mais navios de batalha para a guerra ganhara assim o direito de comanda os exércitos.
Não cabe aqui explicar os motivos da guerra, nos focaremos apenas na participação de Aquiles nesta. O herói era o mais poderoso dentre os guerreiros gregos, mas logo no começo da Illiada abandona a campanha por uma desavença com Agamenon, visto que este por ter sido obrigado a restituir Criseida, uma mulher que havia conseguido após um saque a uma das cidades troianas, tomara para sí Briseida, outra bela mulher, esta dada a Aquiles como saque de guerra. Novamente faremos uma breve pausa para explicar o porque dessa atitude de Aquiles. Briseida era para ele não apenas uma mulher, mas um premio por sua bravura e coragem na guerra. Agamenon ao tomar a dama para sí fere profundamente o orgulho do herói, e por isso, esta grave afronta, Aquiles se isola recusando-se a voltar a participar da guerra. Ele chama a sua mãe das aguas salgadas do mar e pede para que ela vingue essa afronta. Tethys vai ate a Zeus lhe pedindo para que a honra de seu filho seja restituida. O pai dos deuses e dos homens aceita, mas tal decisão teria graves consequências.
Assim por muito tempo Aquiles se mantem distante da batalha. Seu isolamento só é quebrado quando morre em batalha Patroclo, escudeiro leal e melhor amigo de Aquiles. Tudo fora planejado por Zeus, seria esse o motivo para que o filho de Tethys voltaria a geurra e ganharia honra e respeito, mas tudo a custo da vida de Patroclo. Os gregos conseguem resituir o corpo do escudeiro de Aquiles, mas suas armas, que pertenciam na verdade a Aquiles, são roubadas pelos troianos, um habito comum na guerra. O herói sofre profundamente pela morte do amigo, e aqui assume o caráter trágico de muitos heróis gregos assemelhando-se a Hercules que em toda sua vida jamais se perdoa pela crime de, um um momento de insanidade, ter assassinado sua esposa e filhos.
Aquiles volta para a guerra não por defesa aos gregos, mas sim movido pela insano desejo de vingança. O assassino de seu amigo era Heitor, domador de cavalos, príncipe de Troia, e o mais valoroso entre os troianos. Fora ele quem roubara as armas que estavam com Patroclo se apossando das antigas armas de Aquiles.
O sofrimento de Aquiles é tanto que ele promete jejuar ate que a morte de seu amigo seja vingada. Pede aos deuses que o impeçam que o corpo de Patroclo apodreça, pois queria realizar os ritos funerários devidos ao seu amigo, apenas depois de te-lo vingado. Nesse meio tempo Aquiles estava impossibilitado de voltar a luta por não ter suas armas, ele chorava de dor e sofrimento, mas Tethys sua mãe lhe prometera armas novas, pedindo-lhe apenas que tivesse paciência.
É comum que nos mitos, não apenas nos gregos, que os herois sejam premiados com armas ou artefatos mágicos. Tethys cumpre bem esse papel, como mãe e protetora do heroi lhe da armas novas, estas feitas pelas mãos do próprio Hefesto, deus das forjas. Armado com armas divinas Aquiles parte para enfrentar Heitor que estava armado com suas antigas armas. É travado um cruel combate ao qual Aquiles sai vitorioso, e, movido por sua furia louca de vingança amarra os pés de Heitor a biga e o arrasta de volta ate o acampamento dos gregos, sem deixar que seus companheiros troianos pudessem ter o corpo de seu heroi para realizarem os ritos funerarios que este merecia.
Tal ato é visto com horror e espanto ate mesmo pelos os deuses. Priamo, pai de Heitor chora e sofre, e os deuses gregos vendo o sofrimento do rei idoso que perdera seu melhor filho decidem ajuda-lo. Isis a deusa do arco-iris é enviada a Priamo e o guia ate o acampamento dos gregos, mais precisamente na tenda de Aquiles. O rei implora ao herói que lhe devolva o corpo de seu amado filho, pois este merecia um enterro digno. Aquiles já havia realizado os ritos funerários de Patroclo, e comovido com o sofrimento do pai lhe devolve o corpo e promete uma trégua na guerra ate que sejam realizados os ritos funerários de Heitor.
Neste ponto termina a Illiada. Não é mostrada a morte de Aquiles o que de certa forma o imortaliza no romance, mas, é citado que ele morrera devido a uma flecha no calcanhar, o único ponto vulnerável de Aquiles, disparada por Paris, irmão de Heitor. Na Odysseia, segundo romance de Homero e a continuação da Illiada, Aquiles ainda aparece no Hades, o mundo dos mortos, em duas ocasiões. A primeira quando Odysseu desce ao mundo dos mortos e a segunda quando os inimigos de Odysseu são assassinados e descem ao mundo inferior, lá eles encontram o maior herói grego que lhes da as boas vindas ao mundo da morte.
Aquiles incorpora o o melhor do homem grego. Seu heroísmo é elevado ao máximo em sua escolha de morrer jovem, para obter a gloria. Alguns estudiosos afirmam que ele teria um caso homossexual com Patroclo, mas é de minha opinião que o amor entre ambos é apenas o "amor heroico" o amor entre companheiros de batalhas, de guerreiros. Aquiles é, juntamente com Hercules o maior herói grego, com a única diferença que o ultimo alcançou a imortalidade e subiu ao Olimpo.
Para saberem mais sobre a guerra de Troia em si e a Illiada vocês podem ver a postagem da mesma:
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